Caos
Parte da Polícia Civil do Espírito Santo decide paralisar atividades
Os agentes se unem aos policiais militares do Estado que estão parados desde sexta-feira, em protesto contra o não reajuste de salários
Uma assembleia da Associação de Investigadores da Polícia Civil do Espírito Santo (Assinpol) realizada na manhã desta quarta-feira (8), decidiu pela paralisação parcial dos policiais civis. Apenas 30% do efetivo deverá trabalhar, o que pode atrapalhar ainda mais os trabalhos no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória.
Os policiais fazeram passeata em direção ao Quartel Central da Polícia Militar para se juntar às mulheres dos PMs que protestam desde sábado.
A Assinpol não é o principal sindicato e reúne cerca de 800 agentes. O efetivo total de policiais civis no Espírito Santo é composto por 3,2 mil servidores. Uma assembleia marcada para a quinta pelo Sindicato dos Policiais Civis (Sindipol), que representa oficialmente a categoria, deverá decidir sobre a paralisação ou não.
O movimento anunciado nesta quarta é um protesto pela morte do policial Mário Marcelo de Albuquerque. Ele foi assassinado na terça quando se deslocava de Vitória para Colatina. Os policiais militares do Estado estão parados desde sexta-feira, em protesto contra o não reajuste de salários.
Crise
O governador licenciado do Espírito Santo, Paulo Hartung, disse hoje (8) que o governo está sendo chantageado pelos policiais militares que estão sem patrulhar as ruas das cidades do estado desde sexta-feira (3) o que tem causado uma grave crise na segurança pública.
“É um caminho errado, que rasga a Constituição do país. O que está acontecendo no Espírito Santo é chantagem aberta. Isso é a mesma coisa que sequestrar a liberdade e o direito do cidadão capixaba e cobrar resgate. Não pode pagar resgate nem pelo aspecto ético nem pelo descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal”, disse Hartung à imprensa, na residência oficial do governo, em Vila Velha.
Ele está licenciado do cargo por causa de uma cirurgia, feita na última sexta-feira (3), para retirada de um tumor na bexiga. Por recomendação médica, ele continua em repouso e só deve reassumir o cargo na semana que vem. César Colnago continua como governador em exercício.
Hartung fez um apelo para que os policiais militares voltem ao trabalho imediatamente. “Eu me dirijo aos homens e mulheres da Polícia Militar sérios e de bem, que pertencem a uma instituição mais que secular no estado que está sendo manchada por atitudes grotescas. Respeitem a sua instituição, o estado do Espírito Santo, o cidadão capixaba. Quem paga essa conta é o cidadão capixaba, quem está mantendo o salário dos profissionais de segurança em dia é o cidadão capixaba.”
O governador em exercício, César Colnago, informou que vai pedir o envio de mais agentes da Força Nacional e militares das Forças Armadas ao governo federal para se juntar aos 1,2 mil homens que já estão patrulhando a região metropolitana de Vitória.
Homicídios
A Secretaria de Estado de Segurança Pública ainda não tem o balanço das ocorrências no Espírito Santo desde que o início das manifestações em frente aos batalhões de polícia.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol), Jorge Emílio Leal, informou que foram registrados 85 homicídios desde sábado (4) até a manhã de hoje no estado, a maior parte na Grande Vitória.
“Há uma explosão dos índices de criminalidade, tanto patrimonial quanto o de homicídios. No sábado, foram oito homicídios; no domingo, foram 16, na segunda-feira, 42, e o restante de terça-feira para cá. A média diária do mês de janeiro foi 3, 4 homicídios. No início de fevereiro, foram registrados dois homicídios. Do fim de semana para cá houve essa explosão, reflexo da ausência de policiamento”, afirmou o presidente do Sindipol.
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